No Brasil, o Enem representa a principal ferramenta para avaliar e auxiliar os estudantes a ingressarem em uma faculdade. Ele é uma avaliação realizada todos os anos, que possui a finalidade de ser mais uma alternativa que os estudantes tenham para acessar cursos de graduação, junto com os vestibulares e com outros meios de ingresso ao ensino superior. 

Conseguir o privilégio de entrar em uma universidade, seja ela pública ou privada, é um desafio para a maior parte dos brasileiros. A maioria dos jovens estuda durante todo o ciclo escolar para apenas no final dele prestar o exame e subir o próximo degrau do nível de escolaridade.

Existem também aqueles que apenas após o término do ensino médio, decidem fazer o exame. Talvez para se prepararem melhor para a prova ou para decidirem suas carreiras com calma. Porém, geralmente quando falamos desses grupos, nos referimos a aqueles indivíduos que realizam o Enem em suas datas padrão. 

Pensando na limitação que um determinado grupo de pessoas privadas da liberdade de ir e vir podem ter, foi criado o Enem PPL. Esta versão da prova é feita para quem vive dentro de prisões ou internatos para jovens adultos e não consegue estar presente durante as datas convencionais do teste. Ele possui algumas peculiaridades e vamos falar delas nesse texto aqui! 

O que é o Enem PPL?

A prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) foi criada como uma forma de unificar o acesso dos estudantes às políticas educacionais criadas pelo governo, além de avaliar a qualidade do ensino no país. Ele é uma parceria entre o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) e o MEC (Ministério da Educação), que juntos fazem com que o exame mantenha sua relevância e o padrão de qualidade visto todos os anos. Contudo, o formato padrão da prova não contemplava 100% das pessoas formadas no ensino médio.

Pensando em expandir o alcance e englobar a todos os possíveis interessados, foi criado o Enem PPL. Este é uma versão da prova criada em 2010 e que vem aumentando o número de participantes ano após ano.

O Enem PPL é realizado dentro dos presídios, penitenciárias e qualquer outra instituição que limite a liberdade de seus ocupantes. Com ele, esse grupo pode pensar em ingressar em um curso de ensino superior e, a partir disso, melhorar a realidade de vida que os levaram até suas condições atuais.

O que significa PPL?

A sigla PPL faz menção direta ao principal objetivo do exame, que é chegar até as pessoas que não possuem liberdade para fazer a prova nas datas principais. Logo, PPL significa “Pessoas Privadas de Liberdade”, que é o público-alvo da avaliação. 

O Enem PPL é organizado pelo Inep?

Sim, assim como a prova geral do Enem, a versão PPL também é organizada pelo Inep em parceria com o MEC. A única diferença é que, para a realizar a avaliação dentro das prisões e instituições socioeducativas esses órgãos recebem o auxílio do Ministério da Justiça (MJSP), a fim de tornar mais fácil toda a logística de organização do exame.

Junto a esses grupos, está também o Depen (Departamento Penitenciário Nacional), órgão responsável pelo fornecimento de recursos mais práticos para a execução das avaliações, sejam recursos financeiros ou de mão de obra, por exemplo.

Como funciona o Enem PPL?

O Enem PPL possui uma estrutura de realização muito parecida com a do Enem tradicional. A avaliação é dividida em dois dias, sendo o primeiro para a realização da redação e para as 90 questões, divididas entre as disciplinas de Ciências Humanas e Linguagens, e o segundo dia para as disciplinas de Matemática e Ciências da Natureza, totalizando mais 90 questões.

Sem contar também a redação, que é onde estão os maiores pontos para garantir uma boa nota.

Quando ocorre o Enem PPL?

A edição de 2022 do Enem PPL vai ocorrer nos dias 10 e 11 de janeiro de 2023. As instituições e unidades presidiárias que desejam participar do Enem PLL 2022 devem entrar em contato com o Inep através do e-mail: aplicacao.ppl@inep.gov.br. Esse contato deve ser feito entres os dias 26 de setembro e 7 de outubro deste ano.

As inscrições formais acontecem entre os dias 10 e 21 de outubro, ainda sem data de previsão para a divulgação dos resultados. A realização dos testes por parte dos estudantes é muito importante, lembrando que o acesso à educação é o melhor caminho para evitar que essas pessoas voltem a cometer atos criminosos e possam não ser excluídos da sociedade ao recuperarem sua liberdade.

Como é a redação do Enem PPL?

A redação do Enem PPL não se difere em nada da redação do exame tradicional. Os temas variam no mesmo ano, logo o tema da redação que vem na primeira prova é diferente do que vem na segunda. Mas a estrutura da redação e o texto em formato dissertativoargumentativo são os mesmos, assim como o tempo de prova e critérios de avaliação.

Como se inscrever no Enem PPL?

Para a execução do Enem PPL, juntam-se ao MEC e ao Inep o MJSP e Segurança Pública, que garante a ponte dos órgãos educacionais com os detentos que desejam prestar a avaliação todos os anos. 

Através dele, é feita a organização da execução do teste, que conta com uma data alternativa a prova principal e precisa com que as penitenciárias e demais instituições façam suas inscrições para receberem o exame, assim como os detentos interessados, que também precisavam demonstrar o interesse e se inscrever conforme os prazos estabelecidos.

Afinal, qual a diferença do Enem e do Enem PPL?

Em termos gerais, não existe uma diferença muito marcante entre as duas versões da prova no Enem. O Enem comum e o Enem PPL possuem o mesmo grau de dificuldade. As questões, a elaboração da prova e método de correção são iguais aos da prova original.

Isso não significa que é a mesma prova que é aplicada para os dois grupos no mesmo ano. Bom, mas o que isso quer dizer?

As questões não são idênticas uma prova da outra. Elas se alternam, para garantir que não aconteça nenhum tipo de fraude nas avaliações e os dois grupos possam ser avaliados da melhor maneira possível.

A diferença maior que as provas possuem entre si diz respeito apenas ao local de realização de cada uma, que geralmente acontece em instituições de ensino para versão convencional, como escolas, universidades ou quaisquer outras instituições de ensino superior, e vai para dentro das unidades penitenciárias e institutos socioeducativos quando falamos da versão PPL.

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